Havia desigualdade social no Egito Antigo. A sociedade dividia-se em várias camadas. No topo da lista, estavam o Faraó e sua família. Abisxo dele viriam os sacerdotes, a nobreza, os guerreiros, os escribas, os camponeses e por último, os escravos.
OS FARAÓS
Faraó era o título atribuído aos reis (com estatuto de deuses) no Antigo Egito. Tem sua origem imediata do latim tardio Pharăoonis, que significava propriamente "casa elevada", indicando inicialmente o palácio real.
Em cerca de três mil anos de tradição faraônica, passaram pelo trono do Egito homens (e algumas mulheres) com aspirações bem diferentes. Desde os misteriosos construtores das pirâmides de Gizé, ao poeta místico Akhenaton, passando pelo lendário Ramsés II, encontramos toda uma diversidade de indivíduos que, no seu conjunto, governaram uma das mais importantes civilizações humanas.
Mais que um simples rei, o faraó era também o administrador máximo, o chefe do exército, o primeiro magistrado e o sacerdote supremo do Egito (sendo-lhe, mesmo, atribuído caráter divino). Em muitos casos, cabia ao faraó decidir, sozinho, a política a seguir.
A coroa era um dos principais símbolos do faraó. Antes da unificação, o soberano do Alto Egito utilizava a coroa branca; a coroa vermelha era usada no Baixo Egito. Quando o Egito passou a ser governado por um único soberano, o faraó, a coroa tornou-se dupla : vermelha e branca, simbolizando a união dos dois reinos. Ao comandar suas tropas na guerra, o faraó usava a coroa azul.
No tempo dos faraós, eles e suas famílias levavam uma vida com muito luxo, requinte e conforto, mesmo que nos padrões da época a realidade vista hoje é de surpreender.
Os faraós moravam em palácios com mobília fabricada com materiais nobre, como cedro, ébano com vários detalhes em marfim e ouro e os artesãos possuíam técnicas e perícias para a elaboração de peças únicas, os utensílios domésticos possuíam grande beleza e qualidade em relação aos demais objetos usados em outras famílias, isso só afirmava o poder e a riqueza.
Outra evidência de luxo, conforto e prova da tamanha riqueza estava no contingente de servos responsáveis pela manutenção do palácio e para oferecer lazer aos faraós, eram criados, músicos, cantores, dançarinos e copeiros, oferecendo muitas facilidades.
Para preencher o tempo os faraós, também chamados de ‘deuses vivos’, caçavam, pescavam com grande freqüência e praticavam vários jogos como forma de tornar seus dias mais agradáveis.
Os altos sacerdotes dedicavam todo seu tempo ao serviço pessoal dos deuses; acumulavam grandes riquezas pelas doações reais e pela administração dos bens do tempo; desfrutavam de privilégios, como a isenção de impostos, graças à importância da religião para os antigos egípcios.
Dentre os mais altos cargos do governo, estavam o de vizir (primeiro ministro), o de tesoureiro-chefe, o de chefe da coleta de impostos, o de ministro das obras públicas e de comandante do exército. Todos esses altos funcionários prestavam obediências ao Faraó. Também se destacavam os Nomarcas - governadores dos nomos - escolhidos pelo Faraó dentre os descendentes dos clãs mais importantes.
Numa situação social intermediária, encontravam-se os numerosos escribas e funcionários inferiores (encarregados dos registros contábeis e administrativos, da arrecadação de impostos, da fiscalização das obras públicas e do recenseamento da população), os sacerdotes de baixa hierarquia (astrólogos, leitores de livros sagrados, cantores, músicos, portadores de objetos sagrados e inspetores dos artistas do tempo), além de artífices e artistas especializados que estavam a serviço do Faraó e dos templos.
A vasta maioria da população era formada pelas massas que trabalhavam nas oficinas artesanais, nos campos e nas minas. Desenhistas, pedreiros, carpinteiros, escultores, pintores, tecelões, joalheiros e armeiros eram recrutados pelo Faraó, nobres e altos sacerdotes, para o trabalho em seus palácios, templos e oficinas reais. Recebiam, pagamento em ração: pão, cerveja, cebola, carne seca, gordura e sal.
Os camponeses ou felás, analfabetos, eram servos que trabalhavam as terras do Faraó, dos templos, dos altos funcionários e das aldeias. Forneciam ao Estado rendimentos enormes, sob a forma de impostos -in natura - sobre suas safras e rebanhos, ficando apenas com uma pequena parte do que produziam. Na época da cheia, eram chamados a trabalhar compulsoriamente na construção de palácios, templos túmulos e nas obras de irrigação. Eram também recrutados para servir no exército, se necessário.
Abaixo dos camponeses, havia um pequeno número de escravos, geralmente prisioneiros de guerra, forçados a trabalhar nas minas de ouro e cobre da Núbia, do Sudão e do Sinai. Os mais afortunados eram designados para o serviço doméstico da família real e da nobreza. Os trabalhadores eram mantidos na submissão pela vigilância, pela repressão e por um conformismo baseado na crença do caráter divino da monarquia. Os que se negavam a cooperar eram impedidos de chegar às fontes de água ou de terem os seus campos irrigados, através do corte da água.
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